Não sei - Cora Coralina

"Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas."



terça-feira, 19 de março de 2013

Li o livro A sombra do Vento


 A Sombra do Vento, é uma leitura maravilhosa apesar de não ser fácil, pois necessita de concentração para entender toda a trama e suspense que nos acompanha até o final.
É uma história de amor, onde o autor abre seu coração e por meio dos personagens faz uma declaração de amor ao livro.
Livro é uma antiga paixão. Todos os dias aparece alguém ou algum artigo, tratando de substituí-lo pela televisão ou pelo cinema. Acho muito engraçado... Quando apareceu a internet,  a conversa retornou. Mas, é uma ilusão... Livro tem cheiro, tem vida. É real, podemos pegá-lo,  senti-lo. É um amigo e companheiro leal.
Pois bem, depois dessa declaração de amor absoluta,  voltemos ao livro:
"Há prisões piores que as palavras" (pág.365). Não é verdade?
Liberdade é uma das coisas mais importantes que conseguimos conquistar. Precisa coragem, muita coragem para que se possa vivê-la. Para se chegar a ela, há necessidade de desapêgo, de perder status, de mudar de vida.
Fico lembrando do caso de Bruno, o jogador de futebol, e me arrisco a dizer que ele abriu o jogo para que a prisão física fosse além e o submetesse a guadar um segredo que de tão odiento, o dilacerasse por dentro. 
"Não existem segundas oportunidades, exceto para o remorso"(pág.. 298) Pois é a pura realidade. Muitas vezes deixamos as oportunidades passarem pensando que temos ainda muito tempo e que um dia ela voltará. Muitas vezes esse momento não chega e só nos resta curtir o remorso da falta de uma decisão. 
"Malvadas não- Observou Fermín - Imbecis, o que não é a mesma coisa. O mal pressupõe uma determinada moral, intenção e certa inteligência. O imbecil e o selvagem não pára para pensar ou raciocinar, Age por instinto, como besta de estábulo, convencido de que está fazendo o bem, de que sempre tem razão e sai orgulhoso fodendo ,desculpe, a tudo aquilo que lhe parece diferente dele próprio, seja em relação  à cor, credo, idioma, nacionalidade...O que faz falta no mundo é mais gente ruim de verdade e menos espertalhões limítrofes".( pág.129)
Neste parágrafo o autor coloca no contexto toda a sua repulsa ao preconceito que considera pior do que a maldade, por acreditar ser o ato de julgar e desprezar o outro só por ser diferente de você, bestial. E ainda prefere a maldade ao preconceito.
O preconceito velado consegue ser mais irritante do que aquele que demonstrado abertamente,se é possível fazer essa diferença, pois todo e qualquer preconceito é destruidor. Porém, o aberto possibilita respostas que  por sua vez abre o debate, e a uma discussão mais ampla, trazendo quem sabe mudanças.
E o livro termina " A vida está nos esperando"
Espera que nos faz refletir...
Vale muito a pena ler.

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