É interessante como a questão do aborto, tomou um caracter de pebliscito.Ser contra ou a favor.Acho uma grande inrresponsabilidade qualquer das duas respostas.O aborto é uma atitude muito mais séria do que se tem sido posta pelos jornais e revistas.
A preocupaçãao não deveria ser se Dilma disse ou não o que pensa a respeito.
Eu nunca faria um aborto.Mas, eu sou uma pessoa visível: explico: os meus pais me queriam, os meus irmãos me amam, o meu marido me apoia e é meu companheiro,a sociedade me enxerga como um ser produtivo e produtor,tenho acesso a educação, saúde, cultura, lazer...
Há algum tempo na ceasa do Rio Vermelho, presenciei uma menino que não tinha mais que 4 anos,ser queimada com um escape de uma moto. Ela saiu correndo urrando de dor e eu sai atrás dela para dar-lhe assistência.Quando a alcancei, um feirante já a havia colhido e me disse: _" senhora, não se preocupe, esta criança passa o dia todo aqui na ceasa, sem que ninguém saiba o que come e o que faz.A mãe fica em casa e só vem rcolhê-la à noite e se ela não tem dinheiro para lhe dar, a bate e a xinga." Esta criança faz parte do imenso grupo dos não visíveis.
Você que é mãe e mulher, diria que preferia ver seu filho morto ou passando fome, miséria,apanhando, com pais que bebem, se drogam e espancam seus filhos? E o pior sem nenhum acesso?
Recentemente assistimos pela TV, um rapaz ensinando sua filha a fumar.E agora? quem deveria proteger e educar faz desta forma, o que esperar desta criança?
Fui a escola de minha neta participar de uma atividade recreativa. Lá existia um quadro contendo objetos que os pequenos alunos traziam referente ao que fizeram no final de semana.Uma delas trouxe um esponja, e disse com alegria, que ajudou seu pai na lavagem do carro.Esta criança é visível para a sua família e até nos finais de semana , para a escola.
Portanto, na minha opinião , é leviano tomar um partido e mais ainda utilizar isto para desmoralizar candidatos em eleição.
Não se brinca com a vida do outro, e este assunto tem que ser discutido com muito cuidado e carinho.
Não porque a igreja diga isto ou aquilo, mas por que mexe com vida, com sentimentos, com caminhos, com sofrimentos, com dores.
Quem diz não; deveria então se posicionar melhor, dando soluções que resolvam ou pelo menos aliviem o sofrimento destas crianças que nascem sem serem queridas e vivem "mortas " pela vida até chegar ao seu dia de ir definitivamente.O que para muitas será um alívio.Pois, cansam de sofrer.
Não sou partidária de ninguém e nem tenho autorização para defender Dilma, e nem acho que ela como representante de uma sociedade deva fazer esta afirmativa, se realmente o disse,mas éla é mãe e mulher e sabe que qualquer mãe daria tudo para não ver seu filho sofrer.
Não brinquemos com um assunto tão sério.Vida é coisa muito séria.
Gláucia Esteves
